Os olhos puxados de guardar palavras As palavras cansadas de gerar olhares E o menino entra Ele aparece, senta e possui Consegue enxergar por minha roupa -Gosto de pessoas simples -Eu sou simples (ainda mais agora ‘sem roupa’) Trocamos duas palavras Poucos olhares Suficientes para perceber Que tenho medo. (Admiração)
O Teatro é organico Como o lírio que chora. Os artistas são loucos Por que querem encontrar o amor. O mundo está podre Feito uma barriga inchada de fome. As vezes gosto de acreditar Que vou conseguir despertar Desse sonho mal para dançar no meio-fio de uma núvem Com pessoas suer loucas E a babaquice do undo Evaporace com o nosso suor E caísse feito bosta Nos caretas que não sabem dançar.
PS: Orgânico é um termo genérico para processos ligados à vida, ou substâncias originadas destes processos.
O caminho está coberto de lagrimas. Eu as deixo caírem Como gotas de um remédio amargo De cima eu consigo ver loucos, putas, belos, velhos Todos com sua solidão interna e imensa. E eu não tão distante, Estou só. Até meu amigo secreto me abandonou E as borboletas antes coloridas que saiam de mim Esconderam-se em algum lugar Só consigo abrir minhas asas com dificuldade. Eu sou Ana, Claudio, Nabucodonosor, Isis, Homem, Mulher Sou aquele que tratou de inventar toda escuridão E que quando voa, consegue abrir uma luz A luz que preciso para viver: Liberdade.
Não cabe a nós entender Os mistérios que nos completam. Não cabe a ninguém nos entender! Por que qualquer coisa Além do que é compreensível Só é real até o momento Em que tudo faz sentido
Sente como a arte cobre nossas vidas? (envolve) E pisa nas veias Que ligam os nossos sentimentos E nos unem as outros incompreensíveis Que assim como nós Não conseguem se entender.
Quando o céu azul Enrola o cacheado das nuvens E as musicas que canto Ecoam entre os cantos do universo, A poesia se move E transforma tudo o que existe Numa dança onde revólveres e facas Transformam-se em faunos e fadas.
Metamorfose de sentimento e cores Numa manifestação da arte Em um mundo onde a grana Compra o espaço, esconde o amor E transforma tudo na feia fumaça Que Caetano outrora mostrava Em proféticas palavras Numa bela canção empoeirada.
Um velório... Uma casa fechada... Uma menina e sua boneca... Mãe e filha... Quatro imagens que se repetem e se entrecruzam dentro de um mesmo espetáculo que, como num quadrado, mostra quatro faces distintas do universo feminino, marcado sempre pela morte à espreita em oposição ao desejo de liberdade. 4 em 1, ou melhor, quatro experimentações cênicas em um espetáculo, é o resultado do encontro artístico entre quatro dramaturgos cearenses sob a ótica de outros quatro alunos-diretores, para uma cena reunindo 18 alunos-atores.
1º quadro:
O HÓSPEDE
Retrata a vida de uma nobre família desestruturada a partir da presença de um determinado hóspede. Um homem capaz de despertar o amor e o desejo de liberdade que confluirá para o romper de portas da casa que mais se assemelha a uma prisão.
Texto: Ueliton Rocon
Direção Joylson Jonh Kandahar
Elenco: Erismar Alves (Alberto), Jackeline Dantas (Dolores), Kelliane Eskthyny (Ifigênia), Maria Daguia (Albânia) e Roszlly Lopes (Bernarda)
2º quadro:
A CASA FECHADA
Numa cidadezinha do interior um episódio misterioso mobiliza os seus diversos moradores. Pouco se sabe e muito se especula sobre o que teria acontecido na casa que passara o dia inteiro fechada.
Texto: Wilson Barros
Direção: Luciano Oliveira
Elenco: Aédra Dessiré (Ritoca/Mª das Dores), Fábio Guimarães (Geraldino) e Socorro Brito (Dona Sinfonia).
3º quadro:
ABRIL
Em meio a uma chuva torrencial, uma árvore serve de abrigo a uma menina e sua boneca. O desejo de não estar só faz com que imaginação e realidade se interceptem nessa história que fala de vida, encontros, perdas e desilusões.
Texto: Rafael Ary
Direção: Virgínia Mirtys
Elenco: Alana Morais (Plínia) e Elizzieldon Dantas (Banto)
4º quadro:
ARMADILHAS
Vida e arte se relacionam neste entrecho em que o amor é armadilha. Armadilha que prende e que também pode ser sinônimo de liberdade. Um universo marcado pela forte presença de mães e mulheres que amam, sofrem e lutam por melhores dias.
Contos Mentira de amor e Cícera Candóia de Ronaldo Correia de Brito
Figurinos (confecção): Fátima Soares, Helena de Assis e Tônya Bezerra
Iluminação: Fabiano Diniz
Maquiagem: Williams Muniz
Orientação de montagem: Duílio Cunha
Equipe de produção: Aédra Dessiré, Adriano Brito, Alana Morais, Arlet Almeida, Carla Prata, Edmilson Soares, Fernanda Duarte, Kelliane Eskthyny, Maria Daguia e Socorro Brito.
Publico, cúbico, cubo, prisão Armando a armadilha Da escola sem vida País em destruição. Novela, vela, meta, morte Nós, os alienados, na TV Brincando de bonecos Jogando dados, vendo o caos. Pecado, enganado, medo, faça O que temer, Se as coisas estão como estão? Fazer o jogo virar E nã ser mais um alvo de caça. Livre, liberdade, idade, viver Se tudo é passgeiro Que seja eterno o momento Das nossas máscaras caídas A nossa vontade de vencer.
Qualquer coisa além da beleza De unir as carnes num movimento Que queima a pele. Perceber que nada é igual E derrepente ver que a minha janela Está aberta para o amor.
Os detalhes que enxergamos Só são percebidos De olhos bem fechados: Quando escorregamos as mãos, Exploramos a boca! Descobrir as cores que preenchem O espaço em branco Da nossa poesia estrelar...
E na ladeira entre sapos e gaviões As pernas vivem O que seria o mar De onde tiramos todo o sabor Do impulso de viver E escrever no papel do jornal Que enrola a romã Como é doce e incrível O que sinto por você!
Pensei sobre o mundo E incrivelmente Escapei com vida! Lendo coisas maravilhosas Palavras que nem acredito Curavam mais a minha ferida
Sei que vão me dizer Que as palavras, os "malditos poetas" Vão me fazer chorar depois. E sei que pensar nesse lugar é proibido Por isso vou viver muito tempo ainda Por que o proibido não existe No mundo do poetas.