terça-feira, 15 de junho de 2010

Medo dos Olhos


(Beto Takai)

Os olhos puxados de guardar palavras
As palavras cansadas de gerar olhares
E o menino entra
Ele aparece, senta e possui
Consegue enxergar por minha roupa
-Gosto de pessoas simples
-Eu sou simples (ainda mais agora ‘sem roupa’)
Trocamos duas palavras
Poucos olhares
Suficientes para perceber
Que tenho medo.
(Admiração)

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Orgânicos


(Beto Takai)

O Teatro é organico
Como o lírio que chora.
Os artistas são loucos
Por que querem encontrar o amor.
O mundo está podre
Feito uma barriga inchada de fome.
As vezes gosto de acreditar
Que vou conseguir despertar
Desse sonho mal
para dançar no meio-fio de uma núvem
Com pessoas suer loucas
E a babaquice do undo
Evaporace com o nosso suor
E caísse feito bosta
Nos caretas que não sabem dançar.

PS: Orgânico é um termo genérico para processos ligados à vida, ou substâncias originadas destes processos.

sexta-feira, 26 de fevereiro de 2010

Itinerário (dos anjos?)



(Beto Takai)

O caminho está coberto de lagrimas.
Eu as deixo caírem
Como gotas de um remédio amargo
De cima eu consigo ver
loucos, putas, belos, velhos
Todos com sua solidão interna e imensa.
E eu não tão distante,
Estou só.
Até meu amigo secreto me abandonou
E as borboletas antes coloridas que saiam de mim
Esconderam-se em algum lugar
Só consigo abrir minhas asas com dificuldade.
Eu sou Ana, Claudio, Nabucodonosor, Isis, Homem, Mulher
Sou aquele que tratou de inventar toda escuridão
E que quando voa, consegue abrir uma luz
A luz que preciso para viver: Liberdade.

Para Dani


(Beto Takai)


Não cabe a nós entender
Os mistérios que nos completam.
Não cabe a ninguém nos entender!
Por que qualquer coisa
Além do que é compreensível
Só é real até o momento
Em que tudo faz sentido

Sente como a arte cobre nossas vidas?
(envolve)
E pisa nas veias
Que ligam os nossos sentimentos
E nos unem as outros incompreensíveis
Que assim como nós
Não conseguem se entender.

quarta-feira, 30 de setembro de 2009

Sobre o amarelo.


(Beto Takai)

É do sol aquilo que é da rua
É da sombra chorosa e precisa
É do velho bebendo da carência
É do tolo que rir por inocência.

Senta, claro e leve
Sente, quente e sóbrio
Cair num sonho branco cheio de amarelo
E casar com as sombras
Entre galhos e ferros
Areia e poesia.

As armas que são instrumentos
A dor que comporta o alimento
É amarelo
É claro e consistente
É o que se guarda
E não sente.

PS: Fotos by Jânio Tavares.

sábado, 19 de setembro de 2009

Quando canto


(Beto Takai)

Quando o céu azul
Enrola o cacheado das nuvens
E as musicas que canto
Ecoam entre os cantos do universo,
A poesia se move
E transforma tudo o que existe
Numa dança onde revólveres e facas
Transformam-se em faunos e fadas.

Metamorfose de sentimento e cores
Numa manifestação da arte
Em um mundo onde a grana
Compra o espaço, esconde o amor
E transforma tudo na feia fumaça
Que Caetano outrora mostrava
Em proféticas palavras
Numa bela canção empoeirada.

domingo, 2 de agosto de 2009

Espetáculo 4 em 1!



11,12 e 13 de agosto de 2009, CCBNB Cariri, 19h

14 de agosto de 2009, Crato, 19h

15 de agosto de 2009, Nova Olinda

Espetáculo

4 em 1

Um velório... Uma casa fechada... Uma menina e sua boneca... Mãe e filha... Quatro imagens que se repetem e se entrecruzam dentro de um mesmo espetáculo que, como num quadrado, mostra quatro faces distintas do universo feminino, marcado sempre pela morte à espreita em oposição ao desejo de liberdade. 4 em 1, ou melhor, quatro experimentações cênicas em um espetáculo, é o resultado do encontro artístico entre quatro dramaturgos cearenses sob a ótica de outros quatro alunos-diretores, para uma cena reunindo 18 alunos-atores.


1º quadro:

O HÓSPEDE

Retrata a vida de uma nobre família desestruturada a partir da presença de um determinado hóspede. Um homem capaz de despertar o amor e o desejo de liberdade que confluirá para o romper de portas da casa que mais se assemelha a uma prisão.

Texto: Ueliton Rocon

Direção Joylson Jonh Kandahar

Elenco: Erismar Alves (Alberto), Jackeline Dantas (Dolores), Kelliane Eskthyny (Ifigênia), Maria Daguia (Albânia) e Roszlly Lopes (Bernarda)


2º quadro:

A CASA FECHADA

Numa cidadezinha do interior um episódio misterioso mobiliza os seus diversos moradores. Pouco se sabe e muito se especula sobre o que teria acontecido na casa que passara o dia inteiro fechada.

Texto: Wilson Barros

Direção: Luciano Oliveira

Elenco: Aédra Dessiré (Ritoca/Mª das Dores), Fábio Guimarães (Geraldino) e Socorro Brito (Dona Sinfonia).


3º quadro:

ABRIL

Em meio a uma chuva torrencial, uma árvore serve de abrigo a uma menina e sua boneca. O desejo de não estar só faz com que imaginação e realidade se interceptem nessa história que fala de vida, encontros, perdas e desilusões.

Texto: Rafael Ary

Direção: Virgínia Mirtys

Elenco: Alana Morais (Plínia) e Elizzieldon Dantas (Banto)


4º quadro:

ARMADILHAS

Vida e arte se relacionam neste entrecho em que o amor é armadilha. Armadilha que prende e que também pode ser sinônimo de liberdade. Um universo marcado pela forte presença de mães e mulheres que amam, sofrem e lutam por melhores dias.

Contos Mentira de amor e Cícera Candóia de Ronaldo Correia de Brito

Adaptação: Diógenes Maciel

Direção: Edceu Barboza

Elenco: Adriano Brito (Sebastião Quinzim), Amélia Costa (Delmira), Arlet Almeida (Cícera Candóia), Beto Takai (Apresentador/Narrador), Carla Prata (D. Antonia), Edvânia Martins (Filha 1), Fernanda Duarte (Filha 2) e Nilson Matos (Juvêncio).


FICHA TÉCNICA GERAL

Participação Especial: Edmilson Soares

Figurinos (concepção): Yuri Yamamoto

Figurinos (confecção): Fátima Soares, Helena de Assis e Tônya Bezerra

Iluminação: Fabiano Diniz

Maquiagem: Williams Muniz

Orientação de montagem: Duílio Cunha

Equipe de produção: Aédra Dessiré, Adriano Brito, Alana Morais, Arlet Almeida, Carla Prata, Edmilson Soares, Fernanda Duarte, Kelliane Eskthyny, Maria Daguia e Socorro Brito.

Coordenação de Produção: Rita Cidade

sábado, 18 de julho de 2009

Um vídeo e dois textos.

Gravei esse vídeo no show que Ceumar apresentou no SESC Crato no dia 17 desse mês. E os textos.. Hum... É melhor vcs lerem. ^^

?.?


(Beto Takai)

Publico, cúbico, cubo, prisão
Armando a armadilha
Da escola sem vida
País em destruição.
Novela, vela, meta, morte
Nós, os alienados, na TV
Brincando de bonecos
Jogando dados, vendo o caos.
Pecado, enganado, medo, faça
O que temer,
Se as coisas estão como estão?
Fazer o jogo virar
E nã ser mais um alvo de caça.
Livre, liberdade, idade, viver
Se tudo é passgeiro
Que seja eterno o momento
Das nossas máscaras caídas
A nossa vontade de vencer.

Em sentir


(Beto Takai)

Qualquer coisa além da beleza
De unir as carnes num movimento
Que queima a pele.
Perceber que nada é igual
E derrepente ver que a minha janela
Está aberta para o amor.

Os detalhes que enxergamos
Só são percebidos
De olhos bem fechados:
Quando escorregamos as mãos,
Exploramos a boca!
Descobrir as cores que preenchem
O espaço em branco
Da nossa poesia estrelar...

E na ladeira entre sapos e gaviões
As pernas vivem
O que seria o mar
De onde tiramos todo o sabor
Do impulso de viver
E escrever no papel do jornal
Que enrola a romã
Como é doce e incrível
O que sinto por você!

sexta-feira, 29 de maio de 2009

Onde mora a poesia


(Beto Takai)

Pensei sobre o mundo
E incrivelmente
Escapei com vida!
Lendo coisas maravilhosas
Palavras que nem acredito
Curavam mais a minha ferida

Sei que vão me dizer
Que as palavras, os "malditos poetas"
Vão me fazer chorar depois.
E sei que pensar nesse lugar é proibido
Por isso vou viver muito tempo ainda
Por que o proibido não existe
No mundo do poetas.