terça-feira, 12 de agosto de 2008

Versos

(Beto Takai)


Caem as horas

Sobre um nevoeiro de pensamento

O cheiro da fumaça

Que as palavras liberam,

Mostra o quão obscuro

O dia está hoje


Desce no tubo de plástico

A tinta preta.

Preenche o metal...

Que com movimentos e pensamentos

Desenha letras

Sobrevoando o campo aberto

Dos papéis


Desenhou a história do amor

(mais uma)

Compactou os versos profundos

(incríveis)

Chutou as coisas ruins

(banais)

Arrumou ali, apenas ali

(encontrou)

Mais uma razão para ser feliz

(apenas)

sexta-feira, 1 de agosto de 2008

Sem rima, rima

(Beto Takai)


O ventilador gira repetidamente

Meu guarda-roupa estampa

Fotos de antigos artistas

Minhas roupas penduradas no beliche

Parecem esperar ansiosas

O momento para serem usadas.

Enquanto o vento balança

A cortina do meu quarto

Com todo esse cotidiano imutável

Penso em algo não tão rotineiro

Que não me esqueço desde aquela vez

Em que trocamos amassos no cinema

Acompanhados de uma bela ilusão

Que atormenta a minha vida

E não me deixa pensar só.


Não vou te mostrar

Aquilo que você não consegue ver

Tenta enxergar

O que acontece no meu ser

Eu não te esqueci

O que foi que eu fiz de errado?

Será que não te aqueci

Quando estava ao meu lado?