Quando o céu azul Enrola o cacheado das nuvens E as musicas que canto Ecoam entre os cantos do universo, A poesia se move E transforma tudo o que existe Numa dança onde revólveres e facas Transformam-se em faunos e fadas.
Metamorfose de sentimento e cores Numa manifestação da arte Em um mundo onde a grana Compra o espaço, esconde o amor E transforma tudo na feia fumaça Que Caetano outrora mostrava Em proféticas palavras Numa bela canção empoeirada.
Um velório... Uma casa fechada... Uma menina e sua boneca... Mãe e filha... Quatro imagens que se repetem e se entrecruzam dentro de um mesmo espetáculo que, como num quadrado, mostra quatro faces distintas do universo feminino, marcado sempre pela morte à espreita em oposição ao desejo de liberdade. 4 em 1, ou melhor, quatro experimentações cênicas em um espetáculo, é o resultado do encontro artístico entre quatro dramaturgos cearenses sob a ótica de outros quatro alunos-diretores, para uma cena reunindo 18 alunos-atores.
1º quadro:
O HÓSPEDE
Retrata a vida de uma nobre família desestruturada a partir da presença de um determinado hóspede. Um homem capaz de despertar o amor e o desejo de liberdade que confluirá para o romper de portas da casa que mais se assemelha a uma prisão.
Texto: Ueliton Rocon
Direção Joylson Jonh Kandahar
Elenco: Erismar Alves (Alberto), Jackeline Dantas (Dolores), Kelliane Eskthyny (Ifigênia), Maria Daguia (Albânia) e Roszlly Lopes (Bernarda)
2º quadro:
A CASA FECHADA
Numa cidadezinha do interior um episódio misterioso mobiliza os seus diversos moradores. Pouco se sabe e muito se especula sobre o que teria acontecido na casa que passara o dia inteiro fechada.
Texto: Wilson Barros
Direção: Luciano Oliveira
Elenco: Aédra Dessiré (Ritoca/Mª das Dores), Fábio Guimarães (Geraldino) e Socorro Brito (Dona Sinfonia).
3º quadro:
ABRIL
Em meio a uma chuva torrencial, uma árvore serve de abrigo a uma menina e sua boneca. O desejo de não estar só faz com que imaginação e realidade se interceptem nessa história que fala de vida, encontros, perdas e desilusões.
Texto: Rafael Ary
Direção: Virgínia Mirtys
Elenco: Alana Morais (Plínia) e Elizzieldon Dantas (Banto)
4º quadro:
ARMADILHAS
Vida e arte se relacionam neste entrecho em que o amor é armadilha. Armadilha que prende e que também pode ser sinônimo de liberdade. Um universo marcado pela forte presença de mães e mulheres que amam, sofrem e lutam por melhores dias.
Contos Mentira de amor e Cícera Candóia de Ronaldo Correia de Brito
Figurinos (confecção): Fátima Soares, Helena de Assis e Tônya Bezerra
Iluminação: Fabiano Diniz
Maquiagem: Williams Muniz
Orientação de montagem: Duílio Cunha
Equipe de produção: Aédra Dessiré, Adriano Brito, Alana Morais, Arlet Almeida, Carla Prata, Edmilson Soares, Fernanda Duarte, Kelliane Eskthyny, Maria Daguia e Socorro Brito.
Publico, cúbico, cubo, prisão Armando a armadilha Da escola sem vida País em destruição. Novela, vela, meta, morte Nós, os alienados, na TV Brincando de bonecos Jogando dados, vendo o caos. Pecado, enganado, medo, faça O que temer, Se as coisas estão como estão? Fazer o jogo virar E nã ser mais um alvo de caça. Livre, liberdade, idade, viver Se tudo é passgeiro Que seja eterno o momento Das nossas máscaras caídas A nossa vontade de vencer.
Qualquer coisa além da beleza De unir as carnes num movimento Que queima a pele. Perceber que nada é igual E derrepente ver que a minha janela Está aberta para o amor.
Os detalhes que enxergamos Só são percebidos De olhos bem fechados: Quando escorregamos as mãos, Exploramos a boca! Descobrir as cores que preenchem O espaço em branco Da nossa poesia estrelar...
E na ladeira entre sapos e gaviões As pernas vivem O que seria o mar De onde tiramos todo o sabor Do impulso de viver E escrever no papel do jornal Que enrola a romã Como é doce e incrível O que sinto por você!
Pensei sobre o mundo E incrivelmente Escapei com vida! Lendo coisas maravilhosas Palavras que nem acredito Curavam mais a minha ferida
Sei que vão me dizer Que as palavras, os "malditos poetas" Vão me fazer chorar depois. E sei que pensar nesse lugar é proibido Por isso vou viver muito tempo ainda Por que o proibido não existe No mundo do poetas.
Vou escrever Na linha do horizonte Alguma poesia para você, E pular nas costas do rinoceronte Chamar a sua atenção Como o trapezista num salto mortal Deixando o publico imóvel E transbordando de emoção.
Vou fazer mais uma loucura... Deixar teus lábios encostados ao meu Como se fosse uma parte só De um único ser.. E beijar teu queixo Como quem beija a beleza do universo E deixar que o amor nos envolva, Nos liberte desses minutos chatos Dessa vida sem nexo Desse mundo só sexo.
Quero explicar as estrelas Que não existe mais graça Observa-las sem pensar no teu olhar. Quero conversar com a lua E fazer que ela entenda Que a sua realeza Não é maior, nem mais bela Do que tudo que sinto por você. E ainda vou encarar o sol Provar que o calor por ele emanado É uma simples brisa Comparado ao calor que nasce de mim Quando fico perto de você.
Não se pode explicar as normais Um sentimento que é louco por definição! Qual lua, qual sol, quais estrelas... Qual nada! A alegria da vida és tu amado A alegria da vida é poder te contemplar Viver eternamente, infinitamente Dentro de ti. Ainda que por quase um segundo Eu pense que você possa me deixar, E a dor colocar fim a minha Existência sem sentido, Ainda assim, Nada pode tirar do coração A minha parte vital, A mais nova E eterna inspiração O meu único, eterno e verdadeiro amor Que não se pode explicar aos normais.
A gente se olha e se entende Decifrando cada palavra Que mostra o teu olhar. São os teus versos, A tua voz bonita cantando (Encantando) A tua mão que delicadamente Forma as mais belas notas Compondo nossos gestos Nossas vontades. Uma emoção que contagia, (Expande) E encontra um sentimento Que há muito tempo Se perdeu no vago da desilusão. Queria ter a força Para aprisionar para sempre Você dentro de mim. Eternamente, infinitamente E fazer de mim a tua intensa Cara-metade Teu parceiro inquieto Tuas notas de amor A composição sem fim.