quinta-feira, 18 de setembro de 2008

O vôo da borboleta


(Beto takai)

As vezes eu penso
Que te seguir não é normal
Você não vai me mostrar
A tua vida por inteiro.
E pensar que escrevendo
Iria matar as minhas dores...
Mas apenas me afundo mais
Nesse lago de tintas sentimental
Com palavras tão pertinentes
Ao nosso momento qualquer.

As borboletas tem 24 horas para viver
Mas olham para o nosso momento
Como se aquilo fosse a sua fonte de vida,
Que desse o impulso de voar...
Para morrer sossegada e só
Mas com as lembranças de um amor
Outrora observado
Que jamais vai esquecer.

Retratos do Ser


(Beto Takai)

O chão que caminho
Parece menos estável
Que o céu onde penso
As flores que cheiro
Parecem estar
Em estado de decomposição...
E aquilo tudo não faz mais sentido
Que o rabisco da minha poesia
E os acordes do meu violão.

Quem vai me libertar?


(Beto Takai)

Estava na profecia roubada
De um livro místico qualquer
Que aquele olhar,
Iluminado pelo branco da lua
Ia volta-se como um raio
Direto no centro do coração
Que sozinho bate sem sentido.
O eco repetia-se a todo momento...
E aquelas palavras
Não saiam da minha cabeça
Seria mais uma mentira?
Uma fatal ilusão?
Não sei se ainda tenho forças
Para lutar por um amor
Mas encontro esperanças
Quando sou tocado
Por aquele calor
Que estremece minhas mãos
Acalera os batimentos
E me faz alguns instantes
Mais feliz!

Na minha mão


(Beto Takai)

Quando o poeta grita
Qualquer letra é musical
O grito espenta a solidão
E finge que isso tudo é normal

A vida anda
Nesse caos empoeirado
O verme vive
Nesse navio naufragado

Quando o sol se for
Faça qualquer coisa melhor
Que viver esse momento seco e só.