sábado, 1 de março de 2014

Punhos de poeta

(Beto Takai)

No nó da minha garganta
Dei um laço;
E pintei de colorido
O meu sangue preto e branco.
Quando olhei pra trás
(e nesse instante houve música)
Senti que cada gota
Desaguava no oceano do meu coração
E minha mente livre
Pôde dizer:
Cada rabisco é um universo
No meu punho de poeta

O mundo dentro de uma caixa de Barbie

(Beto Takai)

Você está feia!
Magra!
Gorda!
Grande!
Pequena!
Falava uma pessoa que escondia o rosto
Com tantas cores
Que não consegui distiguir
O que era pele,
Tecido sintético
Sentimento.

Templos do tempo



(Beto Takai)

Brilha a alma
Coberta pelo o universo.
Sou um átomo
a mais
Em infinito tecido.
O que muda?

Ouvi gritos vindos de uma igreja,
Agora eles se perdem nas casas das estrelas:
As lamúrias nem alcançam
A falsa imagem do astro no céu negro.

"Levanta-te e anda"
Mas não corre para o engano
Que a vida é mais complexa
(doce/cruel)
Fora dos muros dos templos
Que cercam os olhos
Cheios de tempestade.