sábado, 29 de junho de 2013

Poema Encantado

(Beto Takai)

Devagar a luz entrou pelos panos
O vento sacudia o brilho da lua
Que repousava
(ascendendo, apagando)
Na sua face dourada.

Depressa levantou,
Rasgando as cobertas,
E viu o trem passar:
Casas pobres e brancas
Pássaros roucos
E a vida ali tão pequena,
Tão firme.

Nada foi em vão.
Dançamos imensos, submersos
Naquele imenso salão.
Quando voltou-me a face
Já não era rua, trem, nem eu:
Era fumaça de um cigarro pobre,
Lágrimas presas
Suor.

- Hoje tem gargalhada!
Escultamos lá fora.
O caminho do trem: fogo, malabares, magia
(cores)
Ainda com tecidos rasgados
Acompanhou as tentações da felicidade
E preencheu a gota que faltava,
A travessia do rio
Em meus olhos.